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A atleta com a medalha de campeã brasileira
 
“Primeiro aprenda a ficar de pé, depois aprenda a voar. Regra da natureza, não a minha.” Com essas palavras, o mestre Miyagi, interpretado por Pat Morita, ensina a Daniel (Ralph Macchio) que o aprendizado é gradual. Não se deve apressar o processo, mas sim aprender as bases antes de tentar fazer coisas mais complicadas. Essas, entre outras lições em Karatê Kid (1984), versam sobre paciência e persistência. E foi assim, aprendendo a ficar de pé, que Ana Luiza Alkimin Mingati venceu um período desafiador pós-pandemia e se tornou campeã brasileira de karatê.
 
Ana Luiza, hoje com 14 anos, conheceu o karatê através da franquia de filmes Karatê Kid – os quais seu pai, o professor e cinéfilo José Ricardo, lhe mostrou. Se encantou pelo esporte e, em agosto de 2022, ingressou no dojô do sensei multicampeão Reginaldo Damião, dentro da academia Upper. Encontrou ali, não só uma prática esportiva, mas ferramentas para superar as dificuldades sociais que tinha. “Além do esporte em si, desenvolvemos capacidade de falar em público, foco, comprometimento com os estudos, disciplina”, diz. Ana cita os katas – sequências de movimentos e técnicas que imitam combates contra múltiplos adversários – e o foco necessário para executá-los, como grande potencializador do autocontrole.
 
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Com os pais e o namorado na graduação para a faixa azul
 
Foram três meses até as primeiras medalhas. Ainda faixa-branca, faturou duas medalhas de bronze no campeonato uberabense. Em maio do ano seguinte, prata e bronze no regional. Recentemente, em novembro, sagrou-se campeã brasileira na categoria kumite, já como faixa-azul. Sua evolução dentro do esporte também reflete um movimento que vai além dos limites físicos do karatê. Ana Luiza se tornou um exemplo de perseverança para muitos, não só no dojô, mas também na escola e em sua comunidade. Ela acredita que o karatê, ao ensinar técnicas de combate, também prepara mentalmente para enfrentar as adversidades da vida com coragem e dignidade. E para ela, a experiência não se limita à técnica e à performance, mas envolve uma filosofia de vida que integra corpo e mente – recentemente, Ana foi medalhista na Olimpíada Nacional de Astronomia.
 
Hoje, Ana Luiza é mais do que apenas uma campeã. Ela se tornou um símbolo de como a paciência, o esforço contínuo e a mentalidade certa podem transformar a vida de uma pessoa, dentro e fora do tatame. A frase de Miyagi ressoa mais do que nunca: aprender a ficar de pé foi só o primeiro passo. O voo, por certo, será ainda mais alto.
 
Fotos: acervo pessoal

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