Não foi só 2020: outros anos também não tiveram Amador
Escrito por Wagner Ghizzoni Júnior-
Publicado em 18 Março 2021
Débitos dos clubes levaram o Amador de 1959 a não ser realizado;
em 1960, LUF perdoou as dívidas
A pandemia de coronavírus fez o Amadorão não ser realizado em 2020. Mas não foi só nessa temporada que a competição não foi promovida. Desde 1943, quando aconteceu a primeira edição do campeonato, em pelo menos outros dois anos a bola não rolou.
O primeiro caso foi em 1959, quando clubes devedores não chegaram a um acordo com a Liga Uberabense de Futebol e, assim, o ano passou em branco. Quer dizer, pelo menos na divisão principal, já que houve a disputa da Segunda Divisão.
Independente, Fabrício, Merceana e Nacional ainda iniciaram o Torneio Carmo Caetano Valicente, em homenagem ao grande desportista uberabense. Porém, o certame sequer foi concluído.
Em entrevista publicada no jornal Correio Católico de 23 de janeiro de 1960, o novo presidente da LUF, Helvécio Moreira de Almeida, afirmava que todos os clubes seriam “anistiados” e assim iniciar “uma vida nova sem ninguém dever aos cofres da entidade”. O cartola prometia a retomada do Amador com organização ímpar. “Quero realizar um campeonato como nunca foi realizado”. De fato, em 1960 a competição voltou e agradou. O Fabrício foi o campeão.
Outra estação que não teve o Amadorão foi a de 1978. “Não tivemos o campeonato oficial da cidade, na categoria amador”, dizia o jornal Lavoura e Comércio de 29 de dezembro daquele ano. O texto citava o USC campeão dente de leite, o Independente campeão infantil e o USC campeão juvenil – nesta categoria, a matéria anunciava até jogo de faixas contra o Guarani de Campinas.
Há ainda o mistério de 1977. A LUF considera o Atlético o campeão daquela temporada. Em nossas pesquisas em diversos jornais, porém, não encontramos qualquer registro sequer sobre a realização do campeonato.
Estas e outras curiosidades você encontra na Revista REPLAY especial “75 anos de história do Campeonato Amador”, lançada em 2019.
E em 2021? Teremos vacina e o Amadorão de volta?
Imagens: reprodução / Correio Católico