Gilson Batata
Escrito por Wagner Ghizzoni Júnior-
Publicado em 09 Agosto 2017

“O seu Oscar viu o jogo na televisão e procurou o Barbarense. Quando vi, ele estava na minha casa, falando que queria me levar. Eu disse que ia pro Ceará disputar o Brasileiro, ele falou: ‘Pago a proposta. Quero você lá. Estamos montando um time para entrar para a história’. Foi assim que vim para Minas Gerais”, conta o jogador.
Foi mesmo um timaço que o USC montou para o Módulo II do Mineiro de 2003. Nomes como Palhinha, Milagres, Moacir, chamavam a atenção do torcedor. O primeiro amistoso preparatório foi contra o Santos, atual campeão brasileiro, no Uberabão. O Peixe ganhou por 5 x 2, e Batata fez os dois gols do Colorado. “Aquele jogo, apesar da derrota, empolgou a torcida, e a cada jogo no Uberabão a confiança ia aumentando e a torcida lotando, era um ‘mar vermelho’. Demorou um pouco pro time acertar, tinha muitos jogadores bons, mas cada um em seu clube, do seu jeito. Mas quando o time encaixou, aí ficou fácil”, comenta o atacante.

Esse carinho proporcionou uma comemoração que foi marca de Gilson Batata no USC. A cada gol, ele desenhava um coração no ar, indo em direção a galera. “Criei essa comemoração no Uberaba, porque foi uma paixão explosiva. Eu desenhava o coração e socava o ar”, conta.
Entre várias partidas na campanha vitoriosa, um jogo fácil contra a Ituiutabana ficou marcado. “Eu fui bater um pênalti, escorreguei e chutei pra fora. A torcida na hora começou a gritar ‘Uh, terror, o Batata é matador’. Nunca tinha visto isso. Aquilo me deu forças e depois fiz dois gols, vencemos de 3 a 0”.

Hoje Gilson mora em Uberlândia e desenvolve o projeto “Educando para a Vida”, na Igreja Sal da Terra, com mais de 120 crianças de 6 a 15 anos. As lembranças da jornada no Colorado estão gravadas no coração. “Eu tenho um lema, que, quando acerto com algum clube, não vou visando a parte financeira, mas para tentar colocar meu nome na história do clube, sendo campeão, artilheiro ou destaque. Aqui fui tudo isso e ganhei a simpatia da torcida”, conclui.