Fama, glamour, altos salários... Um sonho para muitos atletas, uma realidade para a minoria. No universo do esporte, seja no futebol, o mais popular deles, ou em outras modalidades, são poucos reconhecidos como astros. A maior parte tem que “se virar” para ter condições de disputar competições e às vezes até de ter como treinar adequadamente.
 
Uns recebem patrocínios que não iludem, outros são assalariados, e há os que têm que dividir a carreira de atleta com outra profissão. Em comum, o amor pelo esporte, que renova as forças numa jornada de persistência.
 
campanhas-yasmin-19-03-2019Em Uberaba, são vários exemplos de desportistas que tentam contornar as dificuldades por causa da falta de apoio. Com pouco ou nenhum patrocínio, sem respaldo do setor público, precisam driblar os problemas com criatividade: rifas, vaquinhas...
 
O REPLAY apresenta alguns desses personagens, que mesmo sem o suporte ideal, já ostentam importantes conquistas. Não querem status de estrelas, apenas ser valorizados para se dedicar às modalidades que amam.
 
Yasmin, kickboxing
Que tal o currículo da lutadora Yasmin Matias no kickboxing? Tetracampeã mineira, tricampeã brasileira, bicampeã sul-americana, campeã pan-americana, medalha de bronze no Mundial. Tantos louros e ela tem que se desdobrar para levantar os recursos para participar das competições. A próxima é o Campeonato Mineiro, em abril, em BH.
 
Yasmin fez rifa, vendeu galinhada, e ainda contou com alguns patrocinadores. “Muitos atletas da equipe acabam não indo por não conseguirem o dinheiro que cubra 100% das despesas, e nem sempre dá pra cobrir com dinheiro do bolso”, lamenta.
 
Apesar das dificuldades, a atleta sonha alto. “A expectativa para esse ano é conseguir me classificar para o Mundial na Turquia; preciso ganhar o Mineiro e o Brasileiro para garantir minha vaga e conseguir a tão esperada medalha de ouro no Mundial”.
 
campanhas-juninho-19-03-2019Juninho, basquete sobre rodas
Everaldo Júnior, o Juninho, é jogador do basquete em cadeira de rodas da Adefu (Associação dos Deficientes Físicos de Uberaba) há mais de dez anos e, há cerca de quatro, compete por outras equipes. Ele está em Niterói-RJ, onde defende o time de Macaé-RJ na divisão de acesso do Campeonato Brasileiro, que acontece essa semana, do dia 18 a 23. Para jogar por equipes de fora, o armador optou por comprar a própria cadeira, que custa por volta de R$ 4 mil. Ainda não pagou tudo.
 
Juninho e a esposa Jéssica fizeram rifa e contaram com o apoio do Supermercado Menezes com uma galinhada beneficente. Com a divulgação da campanha, arranjou alguns patrocinadores, mas ainda falta grana. Os equipamentos são caros, a cadeira de basquete tem que ser leve, de alumínio. E o paratleta ainda teve que ouvir algumas pessoas falando que a campanha era mentirosa.
 
Mesmo com os percalços, ele não desiste. “Em meio aos obstáculos que encontrei no caminho, sempre tive vontade de ir além. Graças as Deus e às pessoas que me ajudaram, estou conseguindo alcançar meus objetivos”, diz.
 
Ginástica acrobática
Cinco atletas da ginástica acrobática da equipe Gym Acro Uberaba estão em Las Vegas, nos Estados Unidos, para a Vegas Agro Cup – FIG World Cup. É um Mundial de clubes – são 66 de 19 países, perfazendo mais de mil atletas de diversas categorias. O certame ocorre de 21 a 24 de março.
 
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Com bons resultados em torneios nacionais no ano passado, a Gym Acro teve sete ginastas classificados, mas apenas cinco arrumaram a tempo a verba para bancar as despesas para participar. Venderam rifa, fizeram vaquinha on-line e de última hora celebraram um patrocínio da Unimed Uberaba que fechou as contas.
 
Vão competir o grupo feminino Júlia Martins, Vitória da Silveira e Lívia Castanha e o par misto Antônio Francisco Carvalho e Yasmin de Souza. A expectativa é por boas apresentações. “A equipe vem se preparando desde o dia 10 de janeiro e chega pronta fisicamente e psicologicamente”, afirma o técnico Raphael Felipe.
 
Grazielle, corrida
Grazielle Pedroso acaba de ganhar mais um título. Ela foi tricampeã da Meia-Maratona da Alta Mogiana, no último domingo (17), em Franca-SP. Mais um pódio na vitoriosa carreira.
 
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A corredora tem patrocinadores e consegue “viver do esporte”, mas, para uma atleta de elite, ainda há muito a conquistar. A fundista almeja disputar a Maratona de Amsterdã, na Holanda, em 20 de outubro. Com títulos e bons resultados em maratonas, ela busca o índice olímpico, que é de 2h45min – sua melhor marca é 2h53min, quando foi campeã na Maratona Internacional de Porto Alegre.
 
As despesas com viagem, hospedagem, alimentação e inscrição totalizam R$ 12 mil. Para atingir a soma, Grazi conta com a colaboração dos amigos e fãs. No último dia 10, a Personal Run promoveu um treino solidário. “A renda das inscrições e das camisetas foi revertida para a atleta. A nossa equipe e amigos irá para essa corrida e ficaria mais fácil, e menor o custo, caso ela viesse conosco. Quem puder dar qualquer ajuda, pode entrar em contato, todo valor é bem-vindo”, diz Alessandro Rocha, da Personal Run.
 
Grata pelo empenho na campanha, Grazi só pensa em correr para se aprimorar para os próximos desafios. “Não há muito o que falar. Se a gente quer conseguir algo, tem que ir atrás, o que fazemos. Nada mudou. Os problemas de hoje são os mesmos de 20 anos atrás”, assinala, resignada.
 
Fotos: acervo pessoal e divulgação

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